Alunos que estudaram ou
estudam nas IFCE, Centec ou CVT estão revolucionando o interior do Estado do
Ceará com formação gratuita e de qualidade. Os alunos do Palhano estão
presentes nesta revolução do Conhecimento. A formação Tecnológica é voltada
para áreas técnicas e o ensino é direcionado a prática, a desenvolver o saber
fazer. Isso desenvolve profissionais com atitudes.
A notícia
Diário do Nordeste
Através do IFCE e dos CVTs,
milhares de estudantes cearenses têm se transformado em mão de obra qualificada
Limoeiro do Norte Inventaram máquinas para substituir o homem em muitas atividades práticas, mas não se substitui o homem a quem cabe o conhecimento sobre as máquinas. Como uma reinvenção do eixo da roda, o Brasil está seguindo os passos de um projeto que é pioneirismo cearense: a difusão do ensino tecnológico. Escolas básicas e avançadas de educação tecnológica estão invadindo Municípios de sertão, serra e litoral.
As ferramentas difusoras têm sido os diversos campi do Instituto Federal e os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs). Os próprios mercados globais têm absorvido a mão-de-obra qualificada. A reportagem acompanhou a expansão, por um lado, e a precarização, por outro, no processo de democratização do ensino tecnológico.
É uma espécie de conhecimento tecnológico da vida prática em função do bem estar, o que inclui conhecimento, emprego e renda. Filhos de agricultores fazendo curso técnico, ou mesmo superior, em Agronomia e praticando o conhecimento nas grandes empresas agrícolas dos perímetros irrigados na própria região em que nasceram.
Estudante levando para outros países o conhecimento tecnológico apreendido a poucos quilômetros de casa, analfabetos funcionais aprendendo a usar computador e, com noções de ciência, melhorando o próprio empreendimento, quer seja uma oficina mecânica, quer seja uma fazenda de criação bovina.
Descobertas
Era pouco concebível que o nim, planta trazida da Índia 20 anos atrás e já bastante comum no sertão cearense, tivesse uma função maior do que de um defensivo natural de pragas - já uma evolução na prática do conhecimento tecnológico. Agora, sabe-se que a planta remove metais pesados deixados por indústrias (cobre, manganês, zinco, ferro etc). A descoberta da estudante Jéssica Roberta, do curso de Saneamento Ambiental do Instituto Federal do Ceará (IFCE) de Limoeiro já está em processo de patente e tem reconhecimento internacional.
Por sua vez, a estudante Marta Rochelle começou com o processamento de 30 litros de leite em queijo coalho na faculdade e, hoje, é uma grande empresária do ramo de laticínios no Vale do Jaguaribe. A região é conhecida até mesmo fora do País pela qualidade do queijo - alimento tão bem produzido pela queijaria "Lá de Casa", de Rochelle, que já ganhou prêmios de excelência. Os exemplos de casos do gênero são vários e servem de referência e estímulo para jovens do Interior em busca de emprego. Eles estão apostando na capacitação tecnológica.
Criação
Tudo começou em 2000, quando o então secretário da Ciência e Tecnologia, Ariosto Holanda, criou o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), tendo como engrenagem a implantação de Centros Vocacionais Tecnológios no Interior.
Unidades de ensino tecnológico básico, com laboratórios nas áreas de ciências exatas (Física, Química e Matemática), atendendo a pessoas de várias idades e geralmente alheias às tecnologias. O projeto foi passado para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que já implantou mais de 300 Centros Vocacionais Tecnológicos pelo País.
IFCE
Mas é pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica que se encontrou a, digamos, menina-robô dos olhos. Escolas de nível médio, técnico e superior em cursos como mecatrônica, nutrição, agronegócio e saneamento ambiental. São 23 campi do Instituto Federal do Ceará (Ifce) espalhados em 45 Municípios de todas as macrorregiões do Estado, contemplando 14 mil alunos.
Ao final do Governo Lula, em 2010, havia 354 campi do Instituto Federal de Educação. A promessa do Governo Dilma é implantar mais 208 unidades até 2014. Isso deve aumentar a oferta para aproximadamente 600 mil matrículas.
A educação tecnológica foi colocada, há mais de uma década, num pedestal de "prioridades" pelo Governo Federal - o que consiste em investimento financeiro dobrado para o setor.
Quando começou a pobreza? A teoria política do século 19 tenta explicar que foi quando uns detiveram o "poder das ferramentas de produção", em detrimento da maioria. Hoje, tem-se defendido principalmente que a desigualdade social regional pode diminuir quanto mais pessoas detiverem o conhecimento - no caso, tecnológico!
Limoeiro do Norte Inventaram máquinas para substituir o homem em muitas atividades práticas, mas não se substitui o homem a quem cabe o conhecimento sobre as máquinas. Como uma reinvenção do eixo da roda, o Brasil está seguindo os passos de um projeto que é pioneirismo cearense: a difusão do ensino tecnológico. Escolas básicas e avançadas de educação tecnológica estão invadindo Municípios de sertão, serra e litoral.
As ferramentas difusoras têm sido os diversos campi do Instituto Federal e os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs). Os próprios mercados globais têm absorvido a mão-de-obra qualificada. A reportagem acompanhou a expansão, por um lado, e a precarização, por outro, no processo de democratização do ensino tecnológico.
É uma espécie de conhecimento tecnológico da vida prática em função do bem estar, o que inclui conhecimento, emprego e renda. Filhos de agricultores fazendo curso técnico, ou mesmo superior, em Agronomia e praticando o conhecimento nas grandes empresas agrícolas dos perímetros irrigados na própria região em que nasceram.
Estudante levando para outros países o conhecimento tecnológico apreendido a poucos quilômetros de casa, analfabetos funcionais aprendendo a usar computador e, com noções de ciência, melhorando o próprio empreendimento, quer seja uma oficina mecânica, quer seja uma fazenda de criação bovina.
Descobertas
Era pouco concebível que o nim, planta trazida da Índia 20 anos atrás e já bastante comum no sertão cearense, tivesse uma função maior do que de um defensivo natural de pragas - já uma evolução na prática do conhecimento tecnológico. Agora, sabe-se que a planta remove metais pesados deixados por indústrias (cobre, manganês, zinco, ferro etc). A descoberta da estudante Jéssica Roberta, do curso de Saneamento Ambiental do Instituto Federal do Ceará (IFCE) de Limoeiro já está em processo de patente e tem reconhecimento internacional.
Por sua vez, a estudante Marta Rochelle começou com o processamento de 30 litros de leite em queijo coalho na faculdade e, hoje, é uma grande empresária do ramo de laticínios no Vale do Jaguaribe. A região é conhecida até mesmo fora do País pela qualidade do queijo - alimento tão bem produzido pela queijaria "Lá de Casa", de Rochelle, que já ganhou prêmios de excelência. Os exemplos de casos do gênero são vários e servem de referência e estímulo para jovens do Interior em busca de emprego. Eles estão apostando na capacitação tecnológica.
Criação
Tudo começou em 2000, quando o então secretário da Ciência e Tecnologia, Ariosto Holanda, criou o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), tendo como engrenagem a implantação de Centros Vocacionais Tecnológios no Interior.
Unidades de ensino tecnológico básico, com laboratórios nas áreas de ciências exatas (Física, Química e Matemática), atendendo a pessoas de várias idades e geralmente alheias às tecnologias. O projeto foi passado para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que já implantou mais de 300 Centros Vocacionais Tecnológicos pelo País.
IFCE
Mas é pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica que se encontrou a, digamos, menina-robô dos olhos. Escolas de nível médio, técnico e superior em cursos como mecatrônica, nutrição, agronegócio e saneamento ambiental. São 23 campi do Instituto Federal do Ceará (Ifce) espalhados em 45 Municípios de todas as macrorregiões do Estado, contemplando 14 mil alunos.
Ao final do Governo Lula, em 2010, havia 354 campi do Instituto Federal de Educação. A promessa do Governo Dilma é implantar mais 208 unidades até 2014. Isso deve aumentar a oferta para aproximadamente 600 mil matrículas.
A educação tecnológica foi colocada, há mais de uma década, num pedestal de "prioridades" pelo Governo Federal - o que consiste em investimento financeiro dobrado para o setor.
Quando começou a pobreza? A teoria política do século 19 tenta explicar que foi quando uns detiveram o "poder das ferramentas de produção", em detrimento da maioria. Hoje, tem-se defendido principalmente que a desigualdade social regional pode diminuir quanto mais pessoas detiverem o conhecimento - no caso, tecnológico!
Projetos são absorvidos pelo mercadoValverane
Joule é um jovem que já leva no nome uma unidade de medida da Física, e
só não contrata mais gente para sua oficina mecânica por falta de
espaço. Ele fez curso técnico em mecânica, aplicou os conhecimentos na
oficina do pai e hoje os dois fabricam peças para indústria cerâmica e
fazem manutenção de equipamentos em grandes empresas químicas do Estado.
A expectativa de quem decide entrar no campo tecnológico não é outra senão ser absorvido pelo mercado. As empresas exigem maior qualificação, e os próprios empregados exigem de si mesmos: querem criar o próprio negócio. Feito útil e agradável, capacitação tecnológica e empreendedorismo se fundem nas chamadas incubadoras de empresas, as quais podem ser originadas de projetos piloto desenvolvidos por estudantes do Instituto Federal do Ceará (IFCE) ao final do curso.
"O meu pai já fabricava peças na oficina. Durante três anos, fiz o curso técnico em mecânica, de nível médio, e o que aprendi lá foi como um grande complemento pra mim", afirma Valverane. O jovem, após a conclusão do curso, decidiu ampliar a oficina. Além de fabricar peças, agora presta serviços de manutenção de equipamentos industriais. A oficina está situada em Tabuleiro do Norte - a "cidade dos caminhoneiros", considerada um polo no setor metalmecânico.
Qualidade
Foi também "herdando" negócio e talento da família que a tecnóloga Adriana Maia ampliou os horizontes de atividades da Oficina o Aureliano, em Limoeiro do Norte. Lá, já se construiu até uma usina de biodiesel. Os laticínios "Lá de Casa" estão cá e lá na mesa cearense. A fábrica de queijo industrial é da tecnóloga em alimentos Marta Rochele, de Limoeiro. Há muito tempo, queijo é uma especialidade no Vale do Jaguaribe.
Entretanto, quando apareceu alguém aplicando conhecimentos que vão da higiene alimentar ao melhoramento na conservação do produto, fez-se a melhor qualidade. O queijo coalho produzido pela tecnóloga hoje é reconhecido pelo júri em festivais gastronômicos.
"Os alunos têm pesquisas, geram ideias, e aqui tentamos juntar os conhecimentos e propiciar forças para que eles consigam levar isso a diante", afirma José Façanha, diretor do campus do IFCE em Limoeiro do Norte. Façanha faz referência às incubadoras tecnológicas, um piloto de empresas encabeçado pelos próprios alunos com um grande foco: a inovação.
Exemplo disso é a empresa "pré-incubada" "Freeway Traffic Solutions", a qual faz a consultoria e assessoria na gestão do trânsito municipal. Apenas 50 dos 184 Municípios cearenses já efetivaram a municipalização do trânsito.
"Percebemos a carência de profissionais qualificados para esse processo de municipalização, então buscamos melhorar a segurança, reduzir o número de acidentes", afirma Dalvo Fideles, ex-aluno do curso de Vias e Transporte (hoje é "tecnologia em estradas").
Dalvo e os colegas Diego Veras e Temilson Rodrigues criaram a empresa e assessoram, dentre outras coisas, na sinalização das ruas. "Temos a obrigação institucional com a sociedade, que foi lá e bancou a nossa educação, então trabalhamos até mesmo como uma forma de agradecimento social", ressalta Dalvo Fideles.
MELQUÍADES JÚNIORREPÓRTER
A expectativa de quem decide entrar no campo tecnológico não é outra senão ser absorvido pelo mercado. As empresas exigem maior qualificação, e os próprios empregados exigem de si mesmos: querem criar o próprio negócio. Feito útil e agradável, capacitação tecnológica e empreendedorismo se fundem nas chamadas incubadoras de empresas, as quais podem ser originadas de projetos piloto desenvolvidos por estudantes do Instituto Federal do Ceará (IFCE) ao final do curso.
"O meu pai já fabricava peças na oficina. Durante três anos, fiz o curso técnico em mecânica, de nível médio, e o que aprendi lá foi como um grande complemento pra mim", afirma Valverane. O jovem, após a conclusão do curso, decidiu ampliar a oficina. Além de fabricar peças, agora presta serviços de manutenção de equipamentos industriais. A oficina está situada em Tabuleiro do Norte - a "cidade dos caminhoneiros", considerada um polo no setor metalmecânico.
Qualidade
Foi também "herdando" negócio e talento da família que a tecnóloga Adriana Maia ampliou os horizontes de atividades da Oficina o Aureliano, em Limoeiro do Norte. Lá, já se construiu até uma usina de biodiesel. Os laticínios "Lá de Casa" estão cá e lá na mesa cearense. A fábrica de queijo industrial é da tecnóloga em alimentos Marta Rochele, de Limoeiro. Há muito tempo, queijo é uma especialidade no Vale do Jaguaribe.
Entretanto, quando apareceu alguém aplicando conhecimentos que vão da higiene alimentar ao melhoramento na conservação do produto, fez-se a melhor qualidade. O queijo coalho produzido pela tecnóloga hoje é reconhecido pelo júri em festivais gastronômicos.
"Os alunos têm pesquisas, geram ideias, e aqui tentamos juntar os conhecimentos e propiciar forças para que eles consigam levar isso a diante", afirma José Façanha, diretor do campus do IFCE em Limoeiro do Norte. Façanha faz referência às incubadoras tecnológicas, um piloto de empresas encabeçado pelos próprios alunos com um grande foco: a inovação.
Exemplo disso é a empresa "pré-incubada" "Freeway Traffic Solutions", a qual faz a consultoria e assessoria na gestão do trânsito municipal. Apenas 50 dos 184 Municípios cearenses já efetivaram a municipalização do trânsito.
"Percebemos a carência de profissionais qualificados para esse processo de municipalização, então buscamos melhorar a segurança, reduzir o número de acidentes", afirma Dalvo Fideles, ex-aluno do curso de Vias e Transporte (hoje é "tecnologia em estradas").
Dalvo e os colegas Diego Veras e Temilson Rodrigues criaram a empresa e assessoram, dentre outras coisas, na sinalização das ruas. "Temos a obrigação institucional com a sociedade, que foi lá e bancou a nossa educação, então trabalhamos até mesmo como uma forma de agradecimento social", ressalta Dalvo Fideles.
MELQUÍADES JÚNIORREPÓRTER
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